Hoje o Brasil comemora sua independência com atos que atraem pouca atenção no país. Aqui no Chile as fiestas patrias, como são chamadas, são levadas muito mais a sério. O 18 de Setembro (na realidade a data que comemora a formação da primeira junta de governo, não a independência) é feriado, também, mas é uma chance que os chilenos têm não apenas de comemorar (como fazem os estadunidenses no 4 de Julho, com churrascos e bebedeira) como também de expressar seu nacionalismo. Tenho sentimentos cruzados sobre isso, mas o fato é que teremos churrascos e festas para ir em algumas semanas.
O Brasil tornou-se independente de Portugal há 194 anos, em 1822. O Chile se tornou independente da Espanha há mais tempo: 206 anos, em 1810. A independência dos EUA do Reino Unido ocorreu em 1776, há 240 anos. O país mais jovens entre a comunidade das nações é o Sudão do Sul, que se separou do Sudão em 2011 após um referendo – há apenas cinco anos. O mapa da Wikipedia (abaixo) mostra os países com datas nacionais relacionadas com a independência (em verde escuro) e de outros tipos (em verde claro). Os outros poucos países não têm data nacional oficial.
Lá no alto o mapa colorido mostra a evolução da independência dos países ao longo da história – o Sudão do Sul é o país no centro da África marcado com a cor mais escura. O Brasil, como a maior parte da América Latina, está marcado na cor que corresponde aos anos 1820 (veja o mapa em detalhes). Para ajudar a entender as datas reunidas no mapa colorido, consulte esses gráficos feitos pelo Nexo Jornal, que mostram a data em que os países se tornaram independentes – e o país do qual se tornaram independentes. Sobre o tema, o Nexo explica:
Países são considerados independentes quando conquistam sua soberania política e econômica. Em alguns casos, como no do Brasil ou dos EUA, o território que se tornou independente era uma colônia, ou seja, era ocupado e administrado por representantes do governo de algum país. Mas também são considerados casos de independência aqueles em que um país se desmembra em vários (a exemplo da dissolução da URSS, que resultou em muitas independências), ou quando parte de um país se separa formando um novo – como ocorreu com o Sudão do Sul. Longos períodos de ocupação, não necessariamente caracterizados como colonização, também podem resultar em independências posteriores, como no caso da Holanda.
E a propósito da independência brasileira, Pedro Doria conta, em sua newsletter sobre história, o episódio conhecido como Pacto dos Doze, “a mais misteriosa de todas”, como ele mesmo descreve:
Em meados dos anos 1780, no campus da Universidade de Coimbra, um grupo de estudantes brasileiros, todos com mais ou menos a mesma idade, prometeram-se a si mesmos que não descansariam sem ver o Brasil independente.
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