Hoje completamos um mês desde o início de mais uma rodada de insanidade no Oriente Médio Há um mês, antes das 7h da manhã, o grupo terrorista Hamas invadia com 3 mil combatentes o território soberano de Israel com o objetivo de assassinar, aterrorizar, torturar, estuprar, decapitar civis, judeus ou não, homens ou mulheres, crianças ou idosos, israelenses ou nacionais de outros países – como o Brasil. Foram mais de mil mortos. Mais de 200 estavam dançando em uma festa rave, celebrando a vida. Mais de 200 seguem sequestrados. Também já morreram soldados nos confrontos que se seguiram. Meu irmão, de 21 anos, é soldado em Israel.
Dois dias depois do ataque, a insanidade se aprofundou. Israel apertou o botão da loucura e não evitou a tragédia humanitária que, uma vez mais, nasceria na Faixa de Gaza. Os números de palestinos mortos não demoraram a se igualar aos de mortos em Israel. Em pouco tempo, ultrapassaram. Logo, dobraram. Não vai demorar para serem 10 vezes mais. São crianças, mulheres, civis – usados ou não como escudo humano, eles morrem aos montes, se não morrem ficam feridos, se sobrevivem, passam fome ou sede. O horror mudou de lado da cerca e mudou de cara, mas segue fazendo vítimas civis.
Hoje, um mês depois, a Cidade Velha de Jerusalém, um dos meus lugares favoritos no mundo, reuniu manifestantes judeus, muçulmanos, palestinos, israelenses… para lembrar das vítimas dos dois lados. Foi um ato à altura da lembrança: doloroso, triste, molhado por lágrimas e com a dor dos que ficaram – todos ali conhecem algum ferido em Gaza, algum morto num kibutz, um parente desaparecido, um amigo em escombros.
A tristeza é individual, mas havia um consenso: Netanyahu e seu governo precisam pagar e sair. Hamas precisa deixar de existir. A paz não virá lá do alto, menos ainda dos radicais. Virá de gente que consegue dar as mãos para chorar o que é comum, não o que nos diferencia.
Sugiro que façamos o mesmo por aqui.
سلام שָׁלוֹם PAZ
Foto de capa (ilustrativa): Ahmad Gharabli/AFP via Getty Images