Minha saída do Estadão, no final de 2012, abriu para mim uma nova-velha oportunidade: a de ser freelancer. O jornalismo no Brasil chegou a um ponto (e muito provavelmente não tenha atingido esse patamar tão recentemente) em que as redações, infelizmente, viraram cemitérios de talentos. Quem gosta e sabe escrever bem (e eu modestamente acredito me encaixar nesse grupo) acaba engolido por obrigações burocráticas.
Além disso, a própria característica de qualquer redação, pertencente a empresas privadas – portanto com intenção correta de lucro – torna o trabalho criativo uma mera ilusão. Sobrecarregados, os colegas produzem mais, muito mais, mas com menos qualidade. Bem menos. O jornalismo internacional praticado no Brasil é o mais fiel retrato disso. Por essas e por outras, decidi ser frila, como eu era no período em que morei em Israel, entre 2004 e 2011.
E também porque decidi dedicar 2013 para desengavetar um antigo projeto de livro, sobre a história dos cerca de 850 mil judeus que saíram de nove países árabes e do Irã entre o final da década de 1940 e o começo dos anos 1970 pelos mais diferentes motivos: econômicos, de perseguição etc. É a história da minha família (meus avós, minha tia e meu pai nasceram no Cairo, no Egito, e saíram de lá em 1956) mas não vai ser um livro sobre a minha família, e sim sobre diversas famílias que chegaram ao Brasil vindas desses países.
No momento também me dedico a outros dois projetos de livros – também grandes reportagens sobre assuntos importantes para a sociedade. E, claro, a escrever. Escrevo alguns textos que uns podem chamar de contos, outros de desabafos – no meu blog, Ato ou Efeito – e escrevo profissionalmente para a imprensa.
Então, se você está lendo isso e conhece alguém que precisa de alguém apaixonado pelas palavras e que precisa de uma força de alguém dedicado e interessado, agradeço se puder passar minhas informações!
(Foto: Google Images)
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