Li recentemente o excelente livro “Jornal da Tarde: Uma ousadia que reinventou a imprensa brasileira”, do colega Ferdinando Casagrande, sobre a trajetória do JT. Leitura gostosa, fluída, dinâmica. Fala de paixão, de mergulho no ofício, de combate à censura, de criatividade e ousadia para driblar as dificuldades e contar boas histórias.
Como leitor e, anos mais tarde, trabalhando na "redação vizinha", a do portal do Estadão, o jornal sempre me chamou a atenção. A história do JT, que “criou o jornalismo de serviço como conhecemos hoje e foi pioneiro ao abrir espaço para a publicação de cartas e comentários de leitores”, é em grande parte a história da nossa imprensa: feita com paixão, com suor e com inovação – mas com um triste fim.
Eu estava lá, ao lado de dezenas de outros colegas, que ficaram de pé para aplaudir, durante longos minutos, a equipe dos 42 que fecharam a última edição do JT. Lembro com carinho e nostalgia daquele momento (e me emocionei de verdade ao ler o relato feito por Casagrande). Aliás, se alguém tiver esse vídeo e puder compartilhar, publicarei aqui.
Mal sabia que eu e outros tantos jornalistas - editores e estagiários - da equipe do Estadão.com.br seríamos demitidos no passaralho seguinte, menos de dois meses depois do fim do JT.
É triste e grave a crise pela qual passa nossa imprensa.
Mas já tivemos momentos de ouro e de paixão. O livro conta vários desses momentos e precisa ser lido por quem, como eu, ama essa profissão.
Tive a sorte de conhecer pessoalmente alguns dos colegas que aparecem no livro, e de ter ouvido deles inúmeras histórias daqueles tempos de JT e daqueles tempos de jornalismo.
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