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Quando morre uma criança, morre junto a esperança

  • Writer: Gabriel Toueg
    Gabriel Toueg
  • Feb 18
  • 3 min read

Hoje tenho sentimentos misturados e embolados. Há pouco saiu a notícia, ainda não confirmada, de que os irmãos ruivinhos sequestrados pelo Hamas no 7 de Outubro estão mortos. A informação veio justamente do Hamas e ainda não foi confirmada por Israel.


A família Bibas se pronunciou pedindo privacidade e dizendo que estão em estado de extrema confusão e acompanhando com apreensão as informações.


O pai dos meninos, Yarden, foi solto em janeiro como parte do acordo em andamento entre Israel e o Hamas mediado pelo Egito e pelo Qatar. Até voltar, ele não sabia que a família também tinha sido sequestrada e que seguia em cativeiro quando ele foi libertado.


Yarden, sua esposa, Shiri Silberman-Bibas, e os dois filhos do casal, Ariel (agora com 6 anos) e Kfir (2) foram levados por terroristas do Hamas do kibutz Nir Oz. O mais novo tinha 9 meses no momento do sequestro. O sequestro da mãe e dos meninos foi registrado em vídeo e divulgado pelo Hamas. Yarden foi levado separadamente.


AVISO: o vídeo a seguir tem imagens fortes


A notícia pode ser uma tática de guerra psicológica do Hamas. Ou pode ser uma estratégia: o grupo terrorista quer antecipar para depois de amanhã (20) a devolução dos corpos de Shiri, Ariel e Kfir para antecipar a libertação de 47 prisioneiros palestinos que foram soltos em 2011 como parte do acordo que libertou Gilad Shalit, mas que foram presos novamente por Israel. O grupo palestino também deve soltar 6 reféns vivos.


Lembrando que, no acordo de 2011, um total de 1.027 prisioneiros palestinos foram libertados por Israel em troca de Shalit. Entre eles estava Yahya Sinwar, que Israel descreve como "o mentor do 7 de Outubro". Sinwar foi morto em outubro de 2024.


Na sequência do sequestro da família Bibas em outubro de 2023, o exército israelense divulgou imagens de câmeras de segurança mostrando o momento do sequestro e o deslocamento dos reféns nos primeiros dias da guerra.


Câmera de segurança na região de Khan Yunis, na Faixa de Gaza



Mixed feelings

Para mim, a morte dos dois meninos é - ao lado dos números obscenos de crianças palestinas mortas - a notícia mais triste dessa guerra estúpida, prolongada por e a serviço de Benjamin Netanyahu. Pela última informação, foram 13 mil crianças. E quando morre uma criança, morre a esperança.


Crianças palestinas e israelenses estão sendo mortas desde o 7 de Outubro numa guerra evitável, dolorosa. Kfir e Ariel são apenas duas das crianças com nomes conhecidos. Não há competição na dor, mas não pode haver dor seletiva.


Juntos, mais fortes

Faço parte de um coletivo de judias e judeus que, nos últimos dias, organizou uma carta de repúdio aos planos indecentes do presidente estadunidense Donald Trump de transformar a Faixa de Gaza em um resort às custas da expulsão de todos os palestinos de sua terra.


O movimento da carta brasileira começou na esteira de uma carta de 350 rabinos e judeus famosos dos EUA publicada no jornal The New York Times também condenando a limpeza étnica sugerida por Trump. Aqui, em cerca de um dia, reunimos 1,2 mil assinaturas. Juntos, somos mais fortes. A divulgação da carta, claro, não veio sem críticas.


Mas também atraiu elogios.


Guga Chacra (na GloboNews, abaixo, sobre a carta dos rabinos e a nossa, e também no Twitter):





Reinaldo Azevedo:



Imagem de capa: captura de vídeo divulgado pelo Hamas

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