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  • Writer's pictureGabriel Toueg

Alberto Dines, jornalista brasileiro (1932 – 2018)

Morreu hoje Alberto Dines (19.fev.1932 – 22.mai.2018), um incansável lutador pelo bom jornalismo brasileiro. Foi ele quem criou, nos anos 1970, o Jornal dos Jornais, coluna dominical em que fazia crítica da imprensa na Folha de S.Paulo.


Veio depois o Observatório da Imprensa, que foi e é o mais importante canal de olhar crítico sobre o papel do jornalismo.


Dines em 1974 (foto: Arquivo nacional)

Eu achava que nunca conheceria Dines. Mas o fiz por alegre coincidência: ele havia sido lançado no jornalismo por Nahum Sirotsky, que foi o tema do meu trabalho de conclusão de curso, em 2004.


Em uma agradável tarde, conversamos longa e pausadamente sobre Nahum em seu escritório em São Paulo. Ouvi histórias que ainda não conhecia. Rimos, ele entre lembranças que traziam nostalgia, eu talvez pela emoção de estar ali.


Hoje Dines nos deixa.


Deixa também um legado importante para a profissão, tão maltratada em tempos de textos mal escritos e de ética como item opcional.


"Jornalistas não podem se intimidar com o berro de um general, agressões de policiais ou de quem quer que seja, mesmo que vindo de um presidente dos Estados Unidos (...) Todo jornalismo é investigativo, ou não é jornalismo. Donde se conclui que o que lemos, ouvimos e vemos todos os dias na imprensa não é jornalismo – Alberto Dines

Dines também era judeu, e seu judaísmo esteve presente em suas obras e na trajetória profissional. Escreveu Morte no paraíso: a tragédia de Stefan Zweig (1981) e Vínculos do fogo – Antônio José da Silva, o Judeu, e outras histórias da Inquisição em Portugal e no Brasil, Tomo I (1992). É autor de diversos livros sobre a imprensa, também.


Que descanse em paz e que seja sempre uma inspiração para os novos e velhos colegas.

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