top of page
  • Writer's pictureGabriel Toueg

Clóvis Rossi (1943-2019), jornalista brasileiro

Updated: Jan 24

Rossi na redação da 'Folha' (anos 1980)
Rossi na redação da 'Folha' (foto: Homero Sergio/ Folhapress)

Eu já acompanhava o querido Clóvis Rossi (25.jan.1943-14.jun.2019) havia muitos anos, como leitor, quando o conheci pessoalmente, em 2010, se não me engano, por ocasião da cobertura da visita do então presidente Lula a países do Oriente Médio.


Era um prazer imenso, no ônibus da imprensa, cheio de colegas veteranos, entre um evento e outro da cobertura da primeira visita de um presidente brasileiro a Israel, ouvir as histórias e as ideias de Rossi e aprender com a experiência que ele tinha orgulho de mostrar sem se exibir.


Clóvis Rossi era tão enorme quanto sua humildade. Escreveu Gilberto Dimenstein, de quem Rossi foi colega:

Não conheci um único jornalista que não admirasse Clóvis Rossi. Tinha a garra de um foca e sabedoria de um veterano. Com ele, morre não apenas um grande ser humano. Mas um estilo de jornalista - Gilberto Dimenstein

Tivemos um episódio um tanto cômico: lado a lado, cada um em um mictório no banheiro de algum hotel luxuoso, provavelmente em Jerusalém ou em Amã, na Jordânia, conversando sobre a última declaração do figurão da vez.

Rossi tinha também o tamanho de sua estatura física. Era um gigante que o jornalismo hoje perde, cedo demais, com 76 anos de histórias que viu e que contou. Era uma voz corajosa porque sabia muito bem do que falava, com décadas de coberturas que o faziam experiente e, sendo um bom observador, também um acumulador de histórias e de excelentes e didáticas analogias.


Triste notícia anunciada por ele mesmo dias atrás no “Boletim médico“, última coluna que assinou na Folha de S.Paulo por ocasião da recuperação do infarto que sofrera. No texto, ele congratula e agradece o hospital e os médicos e termina com uma piada:

Agradecimento também aos companheiros da Folha que me ampararam e até mentiram dizendo que estavam sentindo minha falta - Clóvis Rossi

O texto é de anteontem. Hoje ele se foi e veio a notícia, também na Folha, depois em tantos outros. E sem mentir afirmo com absoluta certeza que Clóvis Rossi vai deixar saudade e um buraco grande como era a sua presença nessa profissão nossa tão combalida.


Descanse em paz, mestre.


Versão editada e ampliada de texto publicado originalmente no Instagram. Foto: IstoÉ

bottom of page